O filme trata de solidão, uma solidão da alma, muito bem explorada em seus personagens, eu colocaria aqui os 4 personagens principais, dois irmãos donos da fazenda, uma viúva que se casa com um dos irmãos e seu filho.
O filme se passa no estado americano de Montana, em 1925, e a relação do cão do título com o filme se dá inicialmente porque um personagem que não aparece no filme, o Bronco Henry já morto e cultuado pelos irmãos, vê nas montanhas que cercam a propriedade um cão deitado de boca aberta, e o poder do cão é uma referência aos homens que ali se desenvolveram naquela terra dura e inóspita, como é de costume em filmes de western.
Indo para a questão que abordamos aqui, a Direção de Fotografia, é muito bem feita, muito bem desenvolvida, toda em tons pastéis, que vão do azul aos tons areia e marrom, totalmente livres de vermelho! Isto é uma interpretação minha, mas o vermelho é diretamente ligado ao amor e a ternura, que são totalmente ausentes no filme. A única parte em que apareceu algo vermelho é no miolo de uma flor que o filho faz para enfeitar as mesas do restaurante da mãe, mas não dura muito, pois ela é queimada por outro personagem, mesmo nas cenas aonde mostram o gado carneado tendo sua pele retirada há a ausência da cor vermelha.
A iluminação do filme traduz muito bem a aridez da falta de carinho e da solidão da alma dos personagens, mas independente de todo este domínio de técnica, não entendo que seja uma iluminação e que a fotografia perfeita tenha um papel tão profundo quanto o texto complexo, cheio de emoções não proferidas que carregam a trama.